Câmara de Viçosa discute atendimento oncológico prestado por hospital de Ponte Nova 4r1058
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Representantes do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), de Ponte Nova, participaram da reunião da Câmara Municipal de Viçosa, na noite de segunda-feira, 19. O objetivo foi discutir o serviço de oncologia prestado pela instituição aos viçosenses. A presença dos convidados atendeu a um requerimento do vereador Ronildo Ferreira (DJ Ronny/PSD), que defendeu a importância do debate diante da relevância do tema para a população.
Desde abril de 2023, quando foi publicada a Deliberação CIB-SUS nº 4149, o tratamento contra o câncer de moradores de Viçosa e de outras cidades da microrregião ou a ser referenciado ao Hospital Nossa Senhora das Dores, em Ponte Nova. A mudança transferiu serviços como cirurgia oncológica e quimioterapia, antes oferecidos em Muriaé.
Durante sua fala, DJ Ronny disse que o objetivo do encontro não era confrontar ou comparar instituições de saúde, como o HNSD e a Fundação Cristiano Varella (de Muriaé), mas sim valorizar o atendimento humanizado e de qualidade oferecido mais próximo de Viçosa.
O diretor clínico do HNSD, Dr. Ranieri Santos, destacou a trajetória centenária do hospital, que hoje conta com mais de 70 médicos efetivos em seu corpo clínico, e diversos outros profissionais. Ele ressaltou o acolhimento humanizado como um dos diferenciais do hospital, ao lado da qualidade técnica. “Temos uma postura muito humanística diante dos pacientes e seus familiares. Essa é uma marca da nossa atuação. E estamos aqui hoje justamente para demonstrar, com transparência, a estrutura que oferecemos”, afirmou.
Já o coordenador da Oncologia Clínica, Dr. Fábio Reder, ressaltou a robustez e expansão do serviço, que combina oncologia clínica, cirurgia oncológica e radioterapia. Segundo ele, a equipe multidisciplinar oferece atendimento completo com especialidades cirúrgicas variadas e tecnologias modernas. “Foram realizados mais de 630 procedimentos clínicos em um único mês. A fila de espera é pequena, e o atendimento é humanizado, com proximidade entre paciente e equipe médica”, explicou.
O médico radioterapeuta Dr. Henrique Hott disse que mais de 230 pacientes foram tratados no HNSD, 95% pelo SUS, sendo cerca de 70 da microrregião de Viçosa. Ele ressaltou que o tratamento próximo de casa reduz o desgaste emocional e financeiro dos pacientes.
BRAÇO ONCOLÓGICO EM VIÇOSA 6f719
A discussão também permitiu questionamentos por parte dos vereadores. DJ Ronny perguntou aos representantes sobre a possibilidade de implantação de um braço oncológico em Viçosa. Em resposta, o consultor do HNSD, José Bueno, afirmou que há tratativas em andamento para a implantação do serviço de quimioterapia em Viçosa, mais especificamente no Hospital São Sebastião. Segundo ele, na semana ada, foi realizada uma reunião com lideranças políticas que poderiam contribuir para viabilizar a iniciativa.
A proposta é que Viçosa receba o atendimento de quimioterapia, após o diagnóstico realizado em Ponte Nova. A porta de entrada para o serviço continuará sendo o Hospital Nossa Senhora das Dores, onde serão feitas as consultas iniciais, exames e cirurgias oncológicas. Caso haja indicação de quimioterapia, o paciente poderá ser tratado em Viçosa.
FLUXO DOS PACIENTES 603m3u
Ao ser questionado, o secretário municipal de Saúde de Viçosa, Marcos Alexandre, explicou ao vereador DJ Ronny como funciona atualmente o fluxo dos pacientes oncológicos. Após o diagnóstico, o paciente é encaminhado para a Secretaria de Saúde de Ponte Nova, onde uma comissão avalia se o tratamento poderá ser realizado no HNSD. Se aprovado, o paciente tem a consulta agendada e é transportado em vans do município.
Marcos destacou que um dos principais entraves no processo é a burocracia, ainda muito dependente de documentos em papel. Segundo o secretário, essa demora pode prejudicar pacientes que aguardam o início do tratamento. “Hoje, para conseguirmos agendar uma consulta, o processo pode demorar até 10 dias. A informatização do sistema é essencial para agilizar esse trâmite e reduzir o sofrimento de quem já está fragilizado”, defendeu.
José Bueno esclareceu que a informatização depende da Comissão Municipal de Oncologia e da Secretaria Municipal de Saúde de Ponte Nova, mas garantiu que esse tema já está em tratativas para ser solucionado.
CASA DE APOIO 2u6h4p
O vereador Marco Cardoso (PRD) questionou sobre a existência de uma casa de apoio para os pacientes e acompanhantes. José Bueno explicou que não há necessidade dessa estrutura em Ponte Nova para pacientes oncológicos, devido à curta distância dos municípios atendidos. Segundo ele, a prioridade deve ser melhorar o acolhimento durante o tratamento, como o oferecimento de café da manhã por voluntários, em vez de investir em estruturas que não se justificam pela proximidade dos pacientes com o hospital.
FILA PARA TRATAMENTO 2d5l50
Já a vereadora Maria Prisca (PT) questionou sobre a existência de fila para tratamento oncológico no HNSD e se a estrutura da unidade comportaria toda a demanda de Viçosa e região. Ela também sugeriu a possibilidade de Viçosa buscar o credenciamento completo para oferecer todos os serviços oncológicos, considerando a relevância da cidade como polo universitário e sede de curso de Medicina.
Em resposta, José Bueno afirmou que não há fila para tratamento oncológico, mas sim um agendamento dentro do prazo estipulado pelo Ministério da Saúde. Segundo ele, no mês anterior, todos os pacientes iniciaram tratamento em até 27 dias após o diagnóstico. Ele destacou que a estrutura do hospital comporta os atendimentos da microrregião de Viçosa e Ponte Nova, que somam cerca de 350 mil habitantes, mas não seria possível absorver demandas de outras microrregiões, como a de Manhuaçu. Sobre o credenciamento de um novo serviço em Viçosa, Bueno explicou que não há possibilidade no momento, devido à necessidade de uma população mínima para viabilizar economicamente uma equipe completa de oncologia. Porém, itiu que esse cenário pode mudar no futuro.
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